Arte de não esquecer
Mais longe, alteio-me na cor e como inda sou luz
anseio por fixá-la com meu profundo amor de poeta
todo a vibrar em som, o canto que a alma reproduz
nas retinas das palavras, testemunho a construção
completa.
Corro pelos salões das páginas tão cheias de imagens
com um olhar preciso, sentidos reais, no cio deste ofício
todas as coisas lindas, bailando quase nuas
se movem
corpos livres
deslizando
sobre o feltro
das paisagens.
Na língua do silencio, conheço teus passos
não lhe desejo a carne teu corpo é uma tempestade
girando sobre si isento de gestos
seguindo a direção do inventos
perdendo o vínculo dos sentimentos.
Ogivas de perfumes explodem sem parar
nos agridem e deixam cicatrizes
permanentes,
no íntimo contato
lembranças fluidas
de como era a vida
quando em alma estava ao meu lado.
Certamente continuará, crescendo
e o brilho provavelmente cegará meus olhos
percorrendo o meu interior
o mais íntimo sinal
a que eu chamo de amor...