Arte de não esquecer

Mais longe, alteio-me na cor e como inda sou luz

anseio por fixá-la com meu profundo amor de poeta

todo a vibrar em som, o canto que a alma reproduz

nas retinas das palavras, testemunho a construção

completa.

Corro pelos salões das páginas tão cheias de imagens

com um olhar preciso, sentidos reais, no cio deste ofício

todas as coisas lindas, bailando quase nuas

se movem

corpos livres

deslizando

sobre o feltro

das paisagens.

Na língua do silencio, conheço teus passos

não lhe desejo a carne teu corpo é uma tempestade

girando sobre si isento de gestos

seguindo a direção do inventos

perdendo o vínculo dos sentimentos.

Ogivas de perfumes explodem sem parar

nos agridem e deixam cicatrizes

permanentes,

no íntimo contato

lembranças fluidas

de como era a vida

quando em alma estava ao meu lado.

Certamente continuará, crescendo

e o brilho provavelmente cegará meus olhos

percorrendo o meu interior

o mais íntimo sinal

a que eu chamo de amor...

Chagas Neto
Enviado por Chagas Neto em 04/01/2013
Código do texto: T4066957
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