Inocência Perdida

Encostado no muro de uma construção

Olhando para o céu

Em seus olhos

Sua mão, em meu cabelo me faz descer

Me manipula, me faz padecer

Um garoto solitário, definido

Uma criança como eu, em perigo

Um anjo com prazo vencido, a tão pouco

Perdendo a inocência

Não sei se agradeço, se por isso faleço

Mas ninguém viu!

Ninguém viu!

A sombra dos muros nos protegendo do sol

O calor de um corpo, eu queria senti-lo?

O pecado nos queimando, a dor me sufocando

Seu rosto, a curiosidade de uma falta de piedade

Que carrego até hoje...

Como um doce, não tinha noção do que eu fazia

Da gravidade do que me induzia

Posso dizer que foi à força?

Posso falar da vergonha que sinto por conta disso?

Posso repetir a mim mesmo, que por causa disso

Sou eu, quando me vejo no espelho

E logo lembro o meu desespero

Tudo que eu queria era um brinquedo

Uma fuga, em silêncio

E agora estou preso... sendo eu o brinquedo

Eu não queria

Eu juro... Eu...

Não queria, eu não precisava ter te seguido

Mas você parecia tão seguro

Parecia que até aquilo iria, iria ser algo o qual eu gostaria

Quando percebi, não havia para onde fugir

Onde estão as janelas, as portas?

Droga, estou numa construção!

E sua mão, apertando as minhas contra a parede

Não havia para onde fugir!

Não...

Gabriel Di Roveda
Enviado por Gabriel Di Roveda em 03/01/2013
Código do texto: T4066297
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