Voltar no Tempo

Como eu queria voltar no tempo...

Relembrar os bons momentos

De escola

De amizade

Fraternidade

Do tempo em que meus pais eram vivos

E eu não os entendia

Não os dava o valor necessário

Mas eles só queriam o meu bem

E eu os achava chato

Como eu queria ter mudado isso

Do tempo de escola

Onde meus amigos se uniam

Se divertiam

Me lembro que incomodávamos muito os professores

Me lembro que éramos do "fundão" da sala

Ah! Que saudade...

Me lembro dos nossos amores

Que jurávamos ser eternos

Mas eram tão passageiros

Não duravam nem um mês...

Óh Deus!

Como eu tinha amigos

Alguns recentes e outros que estavam comigo a anos

Me lembro que jurávamos ser amigos para sempre

Mas os que a vida não levou para longe de mim

A morte levou

Ou simplesmente, se foram

Me deixaram

Será que foi algum erro meu?

Quem sabe fui ignorante?

Quem sabe fui muito incoerente?

Ou apenas fui muito insignificante...

Nunca irei saber

Eles nunca apontaram um erro meu

Não sei porque se foram...

Ainda me lembro

Nessas breves memórias, fluentes e de pobres rimas

Que vivi muito pouco

Pois me desligava do mundo lá fora

Eu só pensava em trabalhar

Me sustentar

Mas eu, burro, não vi que o dinheiro não era tudo

Acho que foi por isso que me deixaram...

Ah! Quantas lembranças

Me lembro ainda mais sobre minha adolescência

Dos meus sonhos impossíveis

De ser cantor, ator, poeta

Pra mim, eram tão reais

Pena, eles nunca serão realizados...

JAMAIS!

Lembro-me dos graves erros que cometi

Das drogas que por descuido e burrice usei

Das gírias que falei

Das dividas quase fatais que paguei

E ainda me lembro do quanto lutei

Para largá-las

E por fim, parei

Acho que essa foi a maior vitória da minha vida

Óh Deus! Como eu queria voltar no tempo

Para viver denovo os melhores momentos

E mudar os piores, pra diminuir meu sofrimento

Na fase adulta

Como me redimi!

Fui tão bem-sucedido

Mas tão só

Que quase cometi suicídio

Ah! Mas não consigo me esquecer dessa triste lembrança!

Do quando me apaixonei perdidamente

Por aquela mulher ardente

Tão bela, tão perfeita

Me culpo, pois a amei

Amei quem não merecia ser amada

Pois era só mais uma ilusão

Porque após termos filhos

Ela me deixou, pensando apenas no dinheiro da pensão

Futuro!

Futuro!

Por que só pensei nele?

Por que não vivi o presente?

Por quê?

Olha só!

Meus filhos crescidos vieram me ver...

Não estou de olhos abertos

Mas estou lúcido e consigo os ouvir falando,

Comentando,

Perguntando,

Quem tinha pegado a maior parte do meu testamento

Óh! Deus!

É o senhor que me chama?

Cumpri minha missão?

Você vai me levar?

Pois não vou mais aguentar...

Ah!

Chegou a minha hora...

Hora de eu abandonar meu corpo

E me largar

Para pular

No vasto infinito

E alcançar o vazio

Denovo sozinho, porém sem mais sofrimentos....

(Feita em 2010, caso queira ter minhas atualizações, me adicione no facebook.com/gabriel.roveda.9, obrigado desde já)

Gabriel Di Roveda
Enviado por Gabriel Di Roveda em 03/01/2013
Reeditado em 03/01/2013
Código do texto: T4066250
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