fome

Na mesa, três gerações

uma que come, outra

que olha, outra insone

três tréguas, três rio

que se vêem como

entroncamento dos anos

encontro de três bocas

três partes de mim

que não some

uma olha, outra come

outra, insone...

todas querem a vida

como o sangue, o lobisomem

a tarde que se infiltra

na janela, deixa o dia

mais claro, como se essas

três partes não tivesse fome

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 03/01/2013
Reeditado em 03/01/2013
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