A arte de ser policial

Fazer policia é sacerdócio, não apenas vocação,

Em papel restaurador do tecido social.

É mergulhar no obscuro sem tingir a razão,

Princípios que norteiam a dura lida trivial.

Ser policial é ousar-se sempre mais.

É quem no sobressalto arrisca, tenta...

Lidando com o perigo sem recuar, jamais.

Trilhando a vida com a sorte que enfrenta.

Ser policial é transcender duro ofício.

É cumprir a lei sem ater-se ao efeito.

Função alguma amarga tanto sacrifício,

Qual o fascínio e a aventura desse feito.

Ser policial é aventurar-se em noite tenebrosa,

Qual anjo anônimo, insone e guardião.

Valia da justiça, causa intrépida e laboriosa,

Que em silêncio vela e assiste o cidadão.

Ser policial é estar certo da missão realizada.

Ver o inimigo da lei, contido, desarticulado.

Só quem vive a lida dessa sorte de jornada,

Antecipa-se à sanha do ente desalmado.

Ser policial é beijar a face do filho inocente,

Ante a incerteza se do embate voltará.

É fingir-se motivado embora descontente.

O ser humano passa, o ideal nunca passará.

Ser policial, enfim:

É equilibrar-se na insana arte do perigo.

Se exceder a lei o apanha,

Se hesitar, quem o pega é o inimigo.

Josafá Bonfim

São Luís/MA, 03 de janeiro de 2013

josafá bonfim
Enviado por josafá bonfim em 03/01/2013
Reeditado em 25/12/2014
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