Talvez Poeta

Se ela vem repentinamente, não a descarto

Seria injusto comigo se o fizesse

Seria injusto com o mundo se a calasse

E não ouvisse a voz que alucina

Talvez seja engano...

Talvez seja sina.

Meu saber vai até onde escrevo

E busco mais saber, para melhor expressá-la

Mesmo entre linhas desordenadas

Mesmo sem técnica ou estilo

Mas a liberto de um jeito vadio

Sem temer a quebra do sigilo.

Das coisas minhas, mas dela também

Porque se faz assim sua vontade

Não a comando de forma alguma

Vêm-me de assalto, inesperada.

Talvez seja engano...

Talvez seja verdade.

Só sei que se vem, tem algum motivo

Por isto brinco com as palavras

Por mais que se pareçam com ela

Por mais que sejam desordenadas

E mesmo que rirem do seu contexto

Será impossível mantê-la calada.

Quantas vezes eu desistia

Mais ainda ela me alucinava

E mesmo tentando dela esquecer

Perseguia-me, não parava.

Tive de aceitá-la e seguir em frente

Retomar o caminho que estava.

Por isto vos entrego, acanhado

Mesmo de uma forma vadia

Com meu contexto desordenado...

Eis aqui...Minha poesia