Biografia de um errante
Em outras águas
Banhei minha alma insana
Sonhadora de conquistas nas estradas
Mas fui arrastado pela correnteza do destino
Para junto dos que não fincam raízes no ócio da sanidade
À minha porta do nada
O passado ainda ofega suspiros desbotados
Querendo transpor a policromia da sensibilidade
Para o romper do casulo da busca de novas auroras
E em cada procriação solitária
O rompimento de uma nova placenta
Do homem ainda ausente sem suas asas de águia
Ingênuo sonhador sobre os pedregulhos desta rele inspiração
Ainda rejeito o suicídio
No fogo dos céus da purificação
Mas também não mergulhei na simbologia
Das águas escuras de putrefação dos incautos navegantes
Como último banho (in)suportável
Minha mente aguarda sob as frestas de um castigado telhado
As réstias de luz que romperão meus últimos casulos de insensatez