Alguém do Outro Lado
Alguém do outro lado me ensine
como então pintar outras cores
Talvez a queda em um precipício
Fosse menos indolor ao que sinto
Gritos ecoam no silêncio em mim
Quando foi que tornei-me
o meu próprio prisioneiro?
Anseio livrar-me destas correntes
Quero correr entre os campos
Colher lírios ao entardecer
Alguém do outro lado
Mostre-me como sorrir mesmo
quando a razão for ausente
Meu corpo sente o peso
de mil nuvens antes da chuva
Nestas ruas por onde ando
Árvores Pálidas e sem esperanças
do retorno da estação suntuosa.