Fácil de Amanhecer
Depois do último dia do mundo
o último do ano,
e como é com tantos,
não mudo,
não visto branco, nem faço planos,
apático a simpatias,
me calo
nos calos do meu peito inflamado,
essa ânsia de começo é só o anseio
do mesmo que se tem acumulado;
não sou pessimista,
nem ouso ser realista,
só não fiz a minha lista de metas,
nem me preparei para dar uma festa,
vou beber como tenho me embriagado
para todas as luas,
e caminhar como sempre tenho vagado
pelas mesmas ruas;
quero me render à calidez do teu abraço e
acreditar no recomeço além do calendário,
façamos da meia noite mais do que ela é
se é que é possível;
não quero sonhar o inacessível,
eu mudei e junto comigo, minha fé,
então só me ofereça o beijo
que alcance a minha boca,
o abraço que envolva o meu corpo
e os olhos que saibam achar os meus;
e que os nossos sonhos
sejam apenas os que cabem
em nosso sono,
e são fáceis de amanhecer...