Fácil de Amanhecer

Depois do último dia do mundo

o último do ano,

e como é com tantos,

não mudo,

não visto branco, nem faço planos,

apático a simpatias,

me calo

nos calos do meu peito inflamado,

essa ânsia de começo é só o anseio

do mesmo que se tem acumulado;

não sou pessimista,

nem ouso ser realista,

só não fiz a minha lista de metas,

nem me preparei para dar uma festa,

vou beber como tenho me embriagado

para todas as luas,

e caminhar como sempre tenho vagado

pelas mesmas ruas;

quero me render à calidez do teu abraço e

acreditar no recomeço além do calendário,

façamos da meia noite mais do que ela é

se é que é possível;

não quero sonhar o inacessível,

eu mudei e junto comigo, minha fé,

então só me ofereça o beijo

que alcance a minha boca,

o abraço que envolva o meu corpo

e os olhos que saibam achar os meus;

e que os nossos sonhos

sejam apenas os que cabem

em nosso sono,

e são fáceis de amanhecer...

Guito Britto
Enviado por Guito Britto em 31/12/2012
Reeditado em 31/12/2012
Código do texto: T4060869
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