II ELEGIA DE GUERRA

Vozes ecoam de computadores emocionais

que sonolentos pensam nas histórias

dos avós, profetizando a paz

por dígitos de sinais físicos

e construindo signos nos portais

da glória, em dias de metais finos.

Dormem cinzas que flutuam

com asas de anjo e pendem de

poder nas tranças do calor da fome,

invertendo as cenas e distorcendo

os tinos, roendo os ossos

dos mortos vivos de cristais.

A fumaça negra anuncia,

ao longe, a glória,

com brilhantes letras em neon

e todos cantam a união da morte

com gratidão (harmonia celestial)

divinizados pelos roncos

trepidantes do desejo de roer

em olhos de nenens telepáticos.

Obs.: Elegia publicada no livro Cúmplices, de 1993.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 31/12/2012
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