Um poema cortado no ar
Não quero compromissos.
Deixo que a vida agora
faça registros no cartório
das virtudes e bondades.
Tenho crédito divino
e dívidas não pagas.
Nada nego.
{Ventos carregam manhãs}
Ainda espero ouvir no céu
a prosa de Guimarães Rosa
ao som da batucada de Noel.
Nada sou na hora do sono.
Guardo acenos e sorrisos
e um poema breve
cortado no ar...
Sou poeira, papel, cinza
e vento.
Acordo...
Ouço a Sagração da Primavera.