Homenagem aos Poetas Todos...
penso,
na minha pequenez da alma
que todos os poetas são fênix.
e cortam-se todos demais...
cortes que permitem-se profundos
desejam-se profundos
porque os necessitam profundos.
e sangram e chovem
e são tempestades e calmarias
extremos - extremistas!
loucos todos!
mas de uma loucura fascinante
perambulam bêbados
da existência muita.
contorcionistas!
avessam-se
em versos
mas nem todos
conseguem entendê-los
e que bom...
haja que os versos são do mundo!
a tocar alma por alma
e são alguma coisa entre a loucura
e a sanidade exacerbada.
e quando todos percebem-nos
no quase chão sem mãos
na face esbofeteada e cuspida
acima da dor... além!
eis que surgem lindas asas!
das cinzas suas...
enormes!
e ardem e gritam!
e os libertam todos!
no vôo do próximo passo
no vôo do próximo verso
no vôo da próxima morte.
Karla Mello
29 de Dezembro de 2012