gosto de cereja

A carta que listava

alforria, conjugava

com fastio do dia....

hora em que a morte

se deita á janela

e vinha o tempo de novo

já morto, num caraço

da tarde fria...

e cantávamos em coro

folclores e medo

misticismo , mula

sem cabeça, jorro

de sangue, saci

de duas pernas,

um arroto que

da parede vinha

um rasgo na sacristia

e mais uma parcela

do sonho cae sobre

o mesa servida com

banata da terra frita

pão quente de manteiga..

e nossa pele, ali, esgueirando

o gosto de cereja..