Meu Pulso Acabará em Minhas Mãos...
O dia nublado
Me faz ver, o cinza
Aquelas marcas do passado
Através da janela pela qual olho o céu
Cada nuvem, uma nebulosidade de um condenado
Sem vontade de viver
Sem vontade do querer
Sem vontade de fazer rimas pobres
Apenas colocando o verbo no infinitivo
Sabendo que o infinito, não existe, nem aos nobres
Pessimismo
Seria o nome disso?
Acho que não. Seria realismo?
Seria a falta de romantismo, o cinismo?
Acho que não. Apenas a falta de emoção...
Eu coloco um elo
Entro todos os problemas
Só para deixar-los maiores do que são
Só para acabar comigo, em uma reflexão
E no próximo pensamento, apenas os pesos lá estarão
Eu já não consigo suportar
A indecisão, a mudança de hábitos
A realidade colocando pressão sobre meu rosto pálido
Não sinto mais vontade de ver a vida, me sinto falhamente torto
Vendo o dia nublado
E reparo, só gosto de dias assim, mortos...
Quem sabe seria porque por dentro estou morto
Vazio, com meus sonhos perdidos
Na verdade, uma esperança que já morreu a tempos
Por dentro, apenas um coração pulsante e um cérebro pensante
Aguardando para que eu
Para que eu, só eu, ponha um fim
Em todos aqueles emaranhados de tristeza
Olhando dentro de mim mesmo, no meu interior Negro;
Na luz Branca;
No dia Cinza...