Poema para abrir olhos

Persigo teu rastro

Palpável aos olhos

Nada que me detenha

Não meus pés

Minhas veias

Água negra

Bebo, bebo, feneço

Um trago, maço de ar

Deito língua, faminta

Na tela das palavras

Roço exclamação

Cada virgula tua nas minhas

Interrogações

E na janela do teu poema

Salto, suicídio

Enquanto os sapos

Engolem a madrugada

Paula Cury
Enviado por Paula Cury em 05/08/2005
Código do texto: T40571
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