Antonimamente

Não, não sinta pena

do tanto da minha saudade

nem do meu poema

Fomos sempre contrariedade:

você desintoxicando e eu sendo a que envenena.

Os desencontros tantos;

enquanto um parte

e o outro vem chegando,

Dessas experiências ao longo dos danos

tenho centenas!

Quero que me olhe,

mesmo eu sendo terra

e você o que chove.

Posso esperar, se te comove,

sem receio,

as nuvens escuras dos teus cabelos

derramarem chuva até que eu me molhe

E mesmo que tuas nuvens secassem

eu continuaria contendo água no subsolo,

te daria se, ao menos, descesses até o meu colo

pra não secar de sofrer nesta estiagem

Um pouco distantes como antônimos,

concluo por primeiras impressões.

E se és chuva e eu terra,

logo, sempre vivo à tua espera

com a ansiedade deveras

dos sertões.

SkyFolks
Enviado por SkyFolks em 28/12/2012
Reeditado em 27/04/2014
Código do texto: T4056682
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