A dor pedante da confissão programada

Quero fujir do ridículo de dia, sentar numa cama a noite e ver a exposição do absurdo no decorrer do sonho.

-No amor! Quero fazer testes.

-Por amor! Acredito na minha ignorância.

De uma juventude esbaforida acomodada em retrocessos, temo de uma virgem ingenuidade e assustado-me de tanto medo.

-Pois veja: Pela manhã, acordo, bato no peito e urro. Como um selvagem, com petulância e arrogância, sigo fazendo cálculos, valido informações, pratico a bondade, a eticidade, a moralidade, e tudo mais que pode ser assimilado com sentidos, premissas e conclusões. No fim, penso ser tudo além do que sou, e enquanto isso, prego o amém para o próximo instante. Como máquina, sigo no tesão de falar e falo, - com calafrios, me parece que de fato: "A vida é tudo que se sabe sem saber.", como numa frase abstrata que também pode parecer lógica.

Morrer apagado, Inventar verbos, atentar os espíritos, jogar fagulhas no destino, intuir o movimento, marcar hipóteses, conceder a arte, arriscar apontar um líder, pipocar para acordar e ser da natureza por ser, -Sinto medo.

Nunca pensei em adquirir idéias, sempre pensei possuí-las, feito isso, não conseguia entender o fato da construção. Mas na verdade não posso, -Eu sigo.

Assim como tal, assumo a negação da vontade como vontade de investigação, pois, o que outrora era objeto de investigação do admirável Schopenhauer, também se contrapõe a limitar-nos como única verdade.

"AMÉM"