ANTROPOFALANDO

Da pele quente

Curtida pele ardente

O líquido que escorre

Escarlate,

Amarelo,

Negro,

Em todas as cores,

Nos tons,

Olfatos,

Paladares,

E nos gestos

Não menos sincréticos

Elaborados no chão,

No pátio,

No eito,

Nas arenas,

Nos terreiros,

No ladrilho milenar...

Frutos do mundo,

Dele fecundado,

Nascido,

Vivido e findado

Debaixo de tantos sois

E de tantas luas

Por sobre esta terra

A caminhar

Errantes seres de carne e osso

Não tão santos,

Não tão maus,

Nem tão sábios,

Nem tão tolos.

Tão divinos,

Simplesmente humanos.

Fabiana Gusmão, em 26 de dezembro de 2012.

Fabiana Gusmão
Enviado por Fabiana Gusmão em 27/12/2012
Reeditado em 27/12/2012
Código do texto: T4055851
Classificação de conteúdo: seguro