MARIA

Mal vicejou o sol naquele dia

E lá estava a roubar-lhe a luz.

Despida de trajes, ao sol se erguia;

Por vestes, os sonhos, sonhou Maria!

Cismou de querer ser livre

Livre, como um pássaro – livre;

Livre, como um vento – inventado;

Livre... Como deve ser o ser!

Amou o mar sentada na areia;

Emaranhou seus desejos aos de outros e outros...

Marejados olhos, de olhar perdido... E se foi.

Acordou muito cedo, antes do amanhecer;

Viveu a fome e a sede por bem viver

E deitou-se apressada, para a morte não ver!

Fabiana Gusmão, em 27 de dezembro de 2012.

Fabiana Gusmão
Enviado por Fabiana Gusmão em 27/12/2012
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