SILENTE
No silêncio da distância
só me restou a lembrança
do doce-salgado
beijo teu.
Não tenho outra saída
senão viver a vida
que alguém
me ofereceu...
No silêncio do tempo
só me restou um relógio
verdadeiro, mas,
que inverte os ponteiros
Não tenho outro recurso
senão seguir o curso
que, bem ou mal,
me apareceu.
No silêncio,
que alega silentemente,
só me restou
o seu sorriso
e um aviso
pairando no ar:
de que nossas vidas
podem se encontrar...
11 de Janeiro de 1992