FINAL DAS CONTAS II
O que resta agora
é um tempo sem hora
de acabar.
Um sentimento esquisito
nem feio, nem bonito
de se apreciar.
Não sei o que se passa
nessa complexa massa
de pensar.
São sóis explodindo
e luas sucumbindo
do meu ar.
Resta, tão somente,
aqui, dentro da gente
um lugar
com um canteiro inteiro
para cultivar.
Canteiro que esconde
uma flor bem grande
a brotar.
Flor adubada
pela distância
da amizade.
Flor chamada
saudade.
19 de Dezembro de 1990