Estranha

Nasci estranha,

Com uma alma que não cabe no corpo,

Que tem asas,

Dentro de uma matéria cheia de pés.

E quando sonho,

A alma voa, vive e extaseia-se,

E morre, cada vez, que regressa às grades do corpo.

Nasci estranha,

Metade ave, metade humana;

Selvagem e civilizada.

E quando danço mais do que o corpo,

Este pune a alma

Em uma realidade extática, pequena e inaceitável.

Nasci estranha,

Com a noite e a manhã

Em grande conflito.

Com vontades tão grandes

Que não comportam-se dentro de mim.

Nasci tão estranha,

que esta que olho no espelho

não sou eu

Karla Alves
Enviado por Karla Alves em 27/12/2012
Código do texto: T4054858
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.