VERGONHA (um olhar crítico sobre o Natal...)
Em que mundo nós vivemos?
Queremos tudo o que não temos,
E o que temos, não basta ao coração.
Um mundo de migalhas e desperdício,
De gente saudável que se entrega ao vício,
E bocas vazias, a salivar sem pão.
Vejo crianças sujas, cheias de medos,
Que não tem livros, nem brinquedos,
Nem mesmo a infância no coração.
Aqui, alguns vivem de fantasias,
E outros, trazem do berço regalias,
Que desperdiçam em desejos vãos.
Onde os que plantam, para si não colhem,
Fazem jejum, enquanto outros comem
Em mesa farta, mas... nós somos irmãos!
Há mãos que mendigam, ásperas, vazias,
E outras que são suaves, inúteis e macias,
Oh Deus, por que não nos damos as mãos?
Neste mundo, em mais um Natal sem brilho,
Quando festejamos o nascimento de Teu filho,
O meu coração chora e pede perdão.
Ah... estas incoerências me consomem,
Sinto uma angústia por ter aqui nascido,
e a suprema vergonha de ser homem...