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Madrugada




A noite foi escura,

Longa e fria,

E os fantasmas  arrastavam

As saias brancas e úmidas

Pelas gotas de neblina...

 

Branca, branca paisagem,

Translúcida de incerteza

Da bruma que a tudo cobria!...

Os sonhos que eu sonhara

Acordaram melancólicos,

Com saudades de outro mundo...

 

Ainda, nos meus ouvidos,

Alguns ecos que sumiam,

E nas linhas de minha mão

As marcas de um destino

Que eu nunca saberei

Se foi totalmente cumprido...

 

Comprida noite,

Onde o sonho vacilou

Entre a insônia e a magia!

 

Em uma árvore, pousada,

Uma coruja aguardava

O começo de outro dia,

E o nascer de uma outra noite

Quando, outra vez, cantaria!

 

A madrugada arrastava-se,

Tão fria, tão fria!...

*


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 26/12/2012
Reeditado em 31/12/2012
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