NÃO
Bem que eu quis, de boa vontade
Guiar-me pela bondade de um puro coração,
Mas não nasci pra isso não,
Pois a minha mente, ela ferve!
Pensa, fala, grita e escreve
E bem aqui dentro diz: "não"!
Não para o que me anuncias,
Não para a tua tola alegria
De nunca serdes julgado,
De nunca serdes vingado
Do que ousastes me fazer
Do que quisera um dia ser:
Tu no céu e eu no inferno!
Nunca, jamais neste inverno
Irás um só dia verdejar!
Teu destino é descambar
Pelas valas mais profundas,
Pelas veredas imundas
Do que me fizestes sofrer;
Daí então, irás saber
O que é a dor, o que é mágoa
Sentir a força análoga
Do que é dar sem receber!