Nervura
é dolorido saber
que no vasto desse
mundo ainda há morte
de fome e injustiça,
mesmo sabendo
que todos são iguais,
Morre, caga e mija!
e o centro do corpo pulsa
como a viscera de uma cadela
no cio, que cheirando
a sangue, numa entalada
agonia, cumpre seu destino,
E à vida, se anuncia...
e meu estômago preso
a um mundo sulforoso,
embaixo desse céu
inefàvel de azul , grita pelo
reino do amor...
pede na embacadura da noite
um outro tipo de canção
não essa já gasta, forjada
nas tripas do medo e da solidão
mas aquela outra, mais imprecisa...
("da nervura do coração")