Espelho
Os meus olhos de menino
estão vigando de muito longe,
das infinitas distâncias
de algum limiar,
todas as mudanças exteriores.
Estão a olhar para um território
desconhecido, para um outro eu
que está diante do espelho,
preso como o menino
por trás do olhar.
Mas se eu estendesse
as mãos e tocasse a sua face
compreenderia todo o acontecido
e, por um instante,
se extinguiria todo o abismo...