Disfarce

No árduo caminho, passo a passo

Me disfarço em alegres sorrisos

Trago ao longo do passado um grito

Que ainda aflige minh’alma

Do mundo escondo o desespero

De um homem sem alma,

Sem vida.

Encontro crianças aos risos

Na pureza de sua inocência

Que brincam com flores no caminho

Que outrora por mim foi pisado

Meu sorriso ficou no passado

No presente da mesma criança

Que morreu há muito em meu peito.

No meu corpo ainda tão jovem

Onde jaz uma alma cansada

Das batalhas que nunca terminam

Se lamenta em busca de paz

O presente não traz esperança

Mas aponta um futuro mais negro

Que os homens não querem enxergar.

Me disfarço em alegres sorrisos

Para não assustar as crianças

Que caminham em meio ao caos

O mesmo que tento ignorar

Mas à noite, no escuro do quarto

Onde minha alma se revela

Me desfaço em prantos, em lágrimas.

Poeta do Riacho
Enviado por Poeta do Riacho em 08/03/2007
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