Disfarce
No árduo caminho, passo a passo
Me disfarço em alegres sorrisos
Trago ao longo do passado um grito
Que ainda aflige minh’alma
Do mundo escondo o desespero
De um homem sem alma,
Sem vida.
Encontro crianças aos risos
Na pureza de sua inocência
Que brincam com flores no caminho
Que outrora por mim foi pisado
Meu sorriso ficou no passado
No presente da mesma criança
Que morreu há muito em meu peito.
No meu corpo ainda tão jovem
Onde jaz uma alma cansada
Das batalhas que nunca terminam
Se lamenta em busca de paz
O presente não traz esperança
Mas aponta um futuro mais negro
Que os homens não querem enxergar.
Me disfarço em alegres sorrisos
Para não assustar as crianças
Que caminham em meio ao caos
O mesmo que tento ignorar
Mas à noite, no escuro do quarto
Onde minha alma se revela
Me desfaço em prantos, em lágrimas.