#129

E eu, metido a poeta

Vivo apanhando das palavras que digo

Eu que nunca mereci este adjetivo

Ser chamado de escritor

Surpreendo-me tanto quanto qualquer um

Quando vejo um verso meu acabado

Mas tentar domar as palavras é tão perigoso

Quanto qualquer animal feroz

Ainda pior, uma palavra não morre

E pode vim se vingar muito tempo depois

Eu metido a poeta,

Ainda vivo me cortando com algumas

Quando vão ou quando voltam

É que elas nunca te libertam

Por mais bonitas e bem intencionadas que sejam

Elas nunca te soltam

lukendas
Enviado por lukendas em 23/12/2012
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