TEORIA
 
Eu gostaria
De escrever tão claro
E tão cotidianamente simples
Que todos os que me lessem
Exercitassem todos os seus sentidos
De ver ouvir tocar sentir gustar.
 
Quando eu dissesse luz
Todas as suas dúvidas se esclarecessem
Quando eu dissesse água
Todas as sedes se saciassem
Quando eu dissesse terra
Todo equilíbrio se confirmasse
Quando eu dissesse fome
Todas as papilas se ouriçassem
E todas as fomes se satisfizessem.
 
E seus ouvidos ouvissem o crocante do pão
Trincado nos seus dentes
E suas narinas aspirassem o cheiro
Do trigo evoluindo no ar
E suas mãos sentissem a tepidez da massa
Na redondeza morna da forma
E os seus olhos vissem na boca do outro
O prazer que lhes alimenta e que lhes faz viver.
Alberto Soeiro
Enviado por Alberto Soeiro em 22/12/2012
Reeditado em 22/12/2012
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