CARTA EM VERSOS /

CARTA EM VERSOS

Carlos Celso Uchoa Cavalcante

(21/dezembro/2012)

Os olhos com os quais te vejo

São olhos apaixonados

Olhos que enamorados

Faz despertar meu desejo

Ainda emana lampejo

Apesar da minha idade

Levarei essa vontade

Até meu último arquejo.

Uma vontade infinita

Desde os primórdios da vida

Hoje bastante crescida

Que me levar à desdita

Vendo-te assim mais bonita

Ao passar de cada ano

Não aceito o desengano

Pois, por ti, meu peito grita.

Vivíamos lado a lado

Éramos adolescentes

Na época inocentes

Porque hoje está mudado

Nunca fui teu namorado

Mas o desejo era forte

E te juro até a morte

Serei teu apaixonado.

Não sei se por inocência

Não sabias que te amava

Ou se até repudiava

A deprimente carência

Que marcou minha existência

Por esses anos na vida

Inflamando essa ferida

De um peito em dependência.

Talvez hoje seja tarde

Para a minha confissão

Mas não para um coração

Cujo dono foi covarde

Se sujeitando ao alarde

De uma vida corriqueira

Incendiando a fogueira

Que de amor no peito arde.

Antes que daqui eu parta

Se não sabes te confesso

Que na vida meu excesso

Foi essa paixão tão farta

De um regime qual Esparta

Comparando os tons perversos

Das dores que nos meus versos

Deixar-te-ei como carta.

(3o. pág. 53)