Mariana imaginária
Caminho com o pensamento imóvel.
O corpo dança.
A praça do Rosário, o jardim.
O cheiro da igreja em cada canto,
Em cada rosto.
O tédio da semana implorava uma sexta-feira.
Na orgia do sábado cantavam, loucos,
Os homens: esperavam uma mulher,
Que nunca chegaria.
Os vinhos tragados, derramados.
A estética provinciana.
Os olhares admirados,
Fascinados com o trivial.
A cidade permanece em transe,
E, assim, permanece bela.
Eu, cansado, sou outro.
Meu sonho, soberbo, ainda é ela.
(Dedicada a Mariana: a cidade e o sonho)