ECDISE

Arietes minam minaretes

Ariadnes mimam minotauros

Almuadem mudo

Mouro não morra na masmorra

Corra Corra Corra

Rio sem vau sem delta

Que cem Nilos encerra

Cálice em mãos erradas

Vão que se enterra

Desceste pelo lado errado da colina

Caíste em um vale enfeitiçado

E a lua desponta ensangüentada

E a peste nossos corações fenece

Onde encontrar o novelo?

Onde se acende esta lâmpada?

Para onde vamos, agora que perdemos tudo pelo caminho?

Não entende? Não percebe que deixamos de lado tudo que sabíamos?

E nada sabíamos

Nossos risos tentam disfarçar nossa desesperança

O Desespero é o nosso único Deus

Procure subir o mais alto possível mas não saia do chão

Não caia na teia

Não deixe que a alcancem

Espelha os teus passos naquele que se perdeu

Cancele a busca pelo Sagrado pelas Grandes Virtudes

Porque já não nos limpamos mais

O crime indelével marca nossos aís

Matamos o Rei e amputamos nossas mãos

Matamos nossos pais e emputamos nossas mães.

O que pode nos salvar, agora que deixamos tudo pelo caminho?

Tanques desmontam campanários

E despontam os inquisidores

No descampado de nossas caabas

Corra Corra se és ainda dona de teus pés

Ofegante corra

E alcance céus inalcançáveis

Luciano Moreno
Enviado por Luciano Moreno em 22/12/2012
Código do texto: T4048458
Classificação de conteúdo: seguro