DE MAIS OU DE MENOS
Ainda não consigo entender se sou eu que sinto demais
ou se são os outros que sentem de menos...
Enxergo a dor invisível que transpira no mundo;
As alegrias de realidades micros me sufoca
Talvez por ter a permeabilidade na vida consigo isso.
As cores que descolorem me chegam como um impacto
Consigo às vezes perceber a falta física e a outra no outro.
o mundo me parece um ceu de estrelas acendendo e apagando.
Me parece uma festa carnavalesca multicolorida,
mas imperceptível aos que me rondam.
O andar entre me deslumbra com o simples e sublime das pessoas e coisas. Magia...genialidade...Sensibilidade... Respostas que não me dizem.
Sentimentos e sentidos que não sei traduzir objetivamente ao homem comum, ao que sente e não sente.
Esse olhar atento foi relâmpago permanente em mim.
Olho e não sei por quê.
Sinto e isso me enlouquece demais...me degenera...
Sou dois em um que se brigam e não se entendem.
Não sei estar no mundo...me sinto perdido, desconfortável
pois vejo tudo fácil, simplório demais.
Há, no entanto, o engano, entendo.
O engano do existir, do sentir, do falar e magoar.
Sou um deslocado, um esquerdo que não encontra a saída de emergência do teatro da vida.
Quero apenas viver nos simples atos cotidianos, entretanto não consigo deveras entender se sou eu
ou o mundo que é demais ou de menos.