Confissões ... ( antes que o mundo acabe e eu esqueça ...)
Aos cinco anos vi que o poder corrompe
Que as pessoas mentem
Porque tem muito medo e este as torna
Mesquinhas, malvadas...
Depois, sentem-se culpadas...
Até perderem-se de si mesmas
Desde então ousei romper convenções por amar
Encarei o preço; viver no exílio
Sangrar!
Mas não deixei de crer nas sementes...
No eterno retorno
Em sábios, em almas gigantes e,
Que outros proscritos haveria de encontrar
Segui meus instintos acima de tudo
E ao gosto pelo estudo quase devo tudo!
Declarei toda ternura apesar das censuras
Morri a cada dia e renasci
Enchi minha taça e a esvaziei
Plantei, reguei, floresci, feneci
Preferi a verdade dolorosa
às dissimulações, ardilosas ...
E a pronunciei com delicada firmeza
Indiscriminadamente
Cometi enganos de avaliação
Feri sem querer... Pedi perdão
Tentei reparar, retrocedi...
A mão jamais escondi!
Fui paciente diante as incertezas
Cautelosa diante ao perigo
Desejei não ver para não sofrer demais...
Desagradei, agradeci, perdi, reencontrei
Despedi-me com lágrimas e,
algumas vezes com bravura...
Nas águas do mar me consolei
Após tanta poeira ingerir...
Intensamente vivi cada momento
como se amanhã não houvesse...
Se hoje morresse não levaria
Comigo nem mesmo o que de mim recusam
pois ao vento atemporal, já lancei...