FIM DE FESTA...
Festa do Divino de 1994
Sempre que vou a Poções
sinto tantas emoções
no reencontro dos amigos
e na Festa do Divino
volto ao tempo de menino:
Lembranças dos bens antigos...
Do carrossel encantado
pela sanfona embalado
com aladins e fifós,
naquelas noites de orgia
em que nossa fantasia
não parecia veloz...
A Chegada da Bandeira,
a Alvorada, barulheira,
assustando as madrugadas
fazem parte do cadastro
a busca do velho Mastro,
as primeiras namoradas...
A “Furiosa” tocando
pelas ruas, arrancando
as palmas das multidões,
com seus músicos garbosos
desfilando, orgulhosos,
Oh, quem me dera, Poções,
reaver os bens perdidos,
no passado, esquecidos,
oh quem me dera voltar...
Resgatar todo o trajeto,
seguindo o caminho reto
e a juventude abraçar...
Os meus pais sempre presentes,
amigos, irmãos, parentes,
as quermesses, os leilões,
As barraquinhas de palha,
os suéteres de malha,
o clima frio de Poções...
Um beijo na namorada,
um passeio de mão dada,
chapéu, capa e botinha...
Lanterna de pilha à mão,
garoa, lama, paixão,
era tudo o que eu tinha...
Cantorias, violadas
que venciam madrugadas,
são tão caras para mim...
Dormia, então, de cansaço,
alguém me toca no braço,
a festa chegara ao fim...