FIM DE FESTA...

Festa do Divino de 1994

Sempre que vou a Poções

sinto tantas emoções

no reencontro dos amigos

e na Festa do Divino

volto ao tempo de menino:

Lembranças dos bens antigos...

Do carrossel encantado

pela sanfona embalado

com aladins e fifós,

naquelas noites de orgia

em que nossa fantasia

não parecia veloz...

A Chegada da Bandeira,

a Alvorada, barulheira,

assustando as madrugadas

fazem parte do cadastro

a busca do velho Mastro,

as primeiras namoradas...

A “Furiosa” tocando

pelas ruas, arrancando

as palmas das multidões,

com seus músicos garbosos

desfilando, orgulhosos,

Oh, quem me dera, Poções,

reaver os bens perdidos,

no passado, esquecidos,

oh quem me dera voltar...

Resgatar todo o trajeto,

seguindo o caminho reto

e a juventude abraçar...

Os meus pais sempre presentes,

amigos, irmãos, parentes,

as quermesses, os leilões,

As barraquinhas de palha,

os suéteres de malha,

o clima frio de Poções...

Um beijo na namorada,

um passeio de mão dada,

chapéu, capa e botinha...

Lanterna de pilha à mão,

garoa, lama, paixão,

era tudo o que eu tinha...

Cantorias, violadas

que venciam madrugadas,

são tão caras para mim...

Dormia, então, de cansaço,

alguém me toca no braço,

a festa chegara ao fim...

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 05/08/2005
Reeditado em 17/10/2005
Código do texto: T40442
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