Menina
Menina bela,
Passeia entre telas,
Cheira inocência,
Revela poesia aos pés.
Sobe a vida,
Desce, descansa,
Chora pétalas, Corre pelo jardim,
Ri com as rosas, Quando a beleza tropeça e cai,
Nela a vida tem sempre preguiça,
Lenta, bonita.
Ensina todos a sorrir,
Brinca com as maldades, mas logo as esquece.
Esbanja sonhos na fotografia,
Entoa um coro de seres,
Cores a amanhecer no seu olhar.
Ela é eterna,
Mais que humana,
Divina.
Colhe uma pedra,
Chama de universo.
Dá-me a mão,
Caminhamos junto à solidão,
Contudo encontramos reis,
Deitados, molhados de egoísmo,
Secos de paixão.
Ela inunda dois rios,
Depois do encontro,
Lagrimas de guerras, de fome,
Encanto do pranto.
Entrega seus sonhos,
Deito com eles,
Lá agora, Tem reis lívidos de amor,
Fome é crime,
A poesia perfumada canta,
Sua dor tem o sorriso de Chaplin,
Foge com as flores, rúbicas rosas queixosas,
Depois volta louca.
A menina que rouba,
Tira da cruz o sangue,
A esperança do pão,
A sede da água,
Cansada, dorme no colo da esperança.
Vozes trêmulas nos ouvidos da dor,
Anuncia o amor.
Logo falece, com o mundo.
Ela me guardou.