Salvem a poeisa...
- Tem outro jeito de fazer poesia senão com sangue?
- Tem sim, com pedacinhos de carne.
- Mas tem sangue na carne.
- Mas eu disse pedacinhos.
- Hum... sim. E o que faço com as feridas abertas?
- Coloque mais poesia.
- Mas dai sangra, e sangra mais ainda.
- Então esqueça isso de poesia. Coisa chata, pedante.
- Mas dai não consigo dizer o que quero, nem analisar o que sinto.
- Pra que sentir, pra que pensar. Tudo isso é besteira e coisa de quem não tem o que fazer.
- Então deve seguir, sem versos, sem métricas, sem inspiração?
- Sim.
- Como faço isso?
- Não se permitindo a certas emoções baratas e descartáveis. Nada disso da dinheiro, nem sucesso, só atrapalha o teu dia, só causa desilusão.
- Entendo. Entendo. Mas se eu não me sentir mais vivo?
- Então saberá que esta no caminho certo.