Salvem a poeisa...

- Tem outro jeito de fazer poesia senão com sangue?

- Tem sim, com pedacinhos de carne.

- Mas tem sangue na carne.

- Mas eu disse pedacinhos.

- Hum... sim. E o que faço com as feridas abertas?

- Coloque mais poesia.

- Mas dai sangra, e sangra mais ainda.

- Então esqueça isso de poesia. Coisa chata, pedante.

- Mas dai não consigo dizer o que quero, nem analisar o que sinto.

- Pra que sentir, pra que pensar. Tudo isso é besteira e coisa de quem não tem o que fazer.

- Então deve seguir, sem versos, sem métricas, sem inspiração?

- Sim.

- Como faço isso?

- Não se permitindo a certas emoções baratas e descartáveis. Nada disso da dinheiro, nem sucesso, só atrapalha o teu dia, só causa desilusão.

- Entendo. Entendo. Mas se eu não me sentir mais vivo?

- Então saberá que esta no caminho certo.

Mariana Maria
Enviado por Mariana Maria em 19/12/2012
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