Celosias dormentes
Meu sono debruçou sobre teu rosto,
e a noite já estava nua.
Tudo fugiu desesperadamente:
a lua fogueada,
as estrelas movediças...
No alvorecer,
o vento já não tremulava as celosias.
O sol com sua veste brilhosa,
parecia-se miudo, descorado.
Nossos sonhos,
modelados pela exalação do orvalho,
aos poucos gotejavam lembranças
tentando moldar-se
na forma das nossas músicas,
da nossa infância.