SERRA

Ergues do chão,

inclina teus rios,

e dás às hortênsias

seus doces baixios.

Espalha-se no ar

com vastos gramados

e cheiro de canela:

sopa na panela

aos bentos moradores

Cortas o céu

e ele verte feliz,

sem dores,

um sangue branco

de paz e neblina

Serra menina,

ao pampa distante

estendes teu adeus,

em grave saudação:

de teus cinco dedos

abertos,

Viamão.

E nesta mão enxergo

os dedos do poeta

escorregando as palavras

sobre teus quintais

e suas muitas Anas;

É o teu Quintana.

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 19/12/2012
Código do texto: T4043099
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