SERRA
Ergues do chão,
inclina teus rios,
e dás às hortênsias
seus doces baixios.
Espalha-se no ar
com vastos gramados
e cheiro de canela:
sopa na panela
aos bentos moradores
Cortas o céu
e ele verte feliz,
sem dores,
um sangue branco
de paz e neblina
Serra menina,
ao pampa distante
estendes teu adeus,
em grave saudação:
de teus cinco dedos
abertos,
Viamão.
E nesta mão enxergo
os dedos do poeta
escorregando as palavras
sobre teus quintais
e suas muitas Anas;
É o teu Quintana.