Fofoca
No todo se insere o vazio
Do vasto egoísmo profano
Espalhando ao além o calafrio
Do alto do orgulho insano.
Solitário em meio a tormenta,
Na boca uma mordaça,
E a ira quando arrebenta,
A todos deixa sem graça.
O cosmos a tudo acompanha,
A raiva, o riso e o elogio,
E conta os anos a fio,
A fim de por fim a artimanha.
Palavras que não elevam de plano,
As rixas tomam lugar aberto,
Sondando um destino certo,
A seu modo draconiano.
Ao chegar a jornada finda,
O universo cobra dobrado,
Ao carrasco dá o prêmio,
Conforme havia plantado.