DESFRAGMENTAÇÕES


Eu me visto de sonhos
Eu me cubro de desejos
Eu me adorno de ensejos
E trafego entre galanteios e malfazejos
Eu me perfumo de olhares vãos
Eu me penteio com a vaidade da vida
Eu uso o cinto de doces imprecisões
Ou com a angústia dos meus latentes medos
Eu calço o sapato das andanças afãs
Eu caio em desuso a cada atroz segundo
Eu de fato estou só no globo feito moribundo
Eu vivo de utopias que destilam veneno
Entre resquícios e suplícios de frias nostalgias
De coisas que transitam de forma abrupta em mim
De algo que mesmo vencido se recusa a perder
E mesmo ensanguentado luta até exaustão
Por mais um dia de glória nesse mundo cão.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 18/12/2012
Reeditado em 18/12/2012
Código do texto: T4041843
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