A lua, eu e o menino
Sempre chove em nós
E mesmo assim sempre o céu tem estrelas...
Marcos Lizardo
A Lua, eu e o menino
A Lua, grávida de nós
Minguando
Exalando filhotes
Rebentos são meus devaneios
Ofereço tetas de ama negra
Tem mais sustança
Estrelas são labirintos
Luares estão famintos
Feito crianças do agreste
Quantas Severinas
Escutam o ronco da barriga do menino-cacto
Fazem-se cegos, pr'a esse facto
Perco-me
Cantando, chorando, sorrindo
Saltando em nuvens de algodão
Pisando em pregos
Lá do alto, tudo tão lindo, nu
Imensidão azul...
Com cheiro-som de escárnio
Vomito minha indignação
Unicórnio
Tony Bahia