CONCHA
Vejo-te pequena
óssea, cálcica,
alva.
Escondo-te na
palma da mão
lanço-te ao ar
jogo-te no chão.
E te observo
tão frágil
e rígida
- frígida -
tão inerte
sem vida (será?).
E te pergunto
para aliviar meu
espanto:
“Como, sendo tão pequena,
podes dentro de ti guardar
toda a imensidão d’um Mar?”
17 de maio de 1993