Castigo

Debruçada sobre minha alma

lamento os erros do passado

não me perdoo pelo não vivido...

Enterro meus traumas

num imaginário buraco

sobre o qual supostamente habito.

Assisto com a maior calma

ao meu ego todo surrado

pelo meu medo ridículo .

Aceito até as palmas

Que, de modo exagerado,

ironizam meu ensaio de grito.

Sou prisioneira dessa jaula,

que me tranca com meu passado,

da qual não escapa nenhum bicho.

Mestre e aprendiz nessa aula,

Já não sei o que faço

Muito menos o que digo...

Mas, saboreio cada falha

Que pinta meu quadro

com as cores do meu castigo.

E, assim, devoro cada migalha

que alguém me tenha jogado

para preencher meu vazio.

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 17/12/2012
Reeditado em 29/12/2012
Código do texto: T4039570
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