Castigo
Debruçada sobre minha alma
lamento os erros do passado
não me perdoo pelo não vivido...
Enterro meus traumas
num imaginário buraco
sobre o qual supostamente habito.
Assisto com a maior calma
ao meu ego todo surrado
pelo meu medo ridículo .
Aceito até as palmas
Que, de modo exagerado,
ironizam meu ensaio de grito.
Sou prisioneira dessa jaula,
que me tranca com meu passado,
da qual não escapa nenhum bicho.
Mestre e aprendiz nessa aula,
Já não sei o que faço
Muito menos o que digo...
Mas, saboreio cada falha
Que pinta meu quadro
com as cores do meu castigo.
E, assim, devoro cada migalha
que alguém me tenha jogado
para preencher meu vazio.