VAZIO

Hoje acordei melancólico e triste por um capítulo que o destino escreveu no meu livro.

Pensei em sair à rua em busca de algum resquício de uma alegria que ainda pudesse existir, pensei em vivê-lo intensamente essa que ainda alienava-se da minha felicidade.

Pensei na poesia e ela me respondeu que no vazio da minha melancolia ainda cabia muitas coisas, comuns, mas são esses comuns que conseguem penetrar e encher esses vazios.

O comum do sorriso, do abraço, da brisa constante, dos lápis entre os dedos que conseguem compor a mais bela poética, sugando todas nossa inspiração sem que a gente perceba; é um poema a cada segundo.

Vou indo sem que o trânsito sinta essa minha passagem, também ele na sua cruel lida nem percebe que eu passo com a minha poética alienada ao vai e vem dessas suas horas.

O lápis continua à risca, escrevendo mais um capitulo, outros versos e mais uma vez um poema surge a cada segundo fazendo com que nesses vazios possamos encontrar no meu, no seu e em todos os nossos poemas uma mão amiga estendida.

A porta vai continuar aberta, sem trinco ou tramela, não importa a melancolia, a poesia sempre tem passagem por mais árduo que seja o destino.

Aqui não cabe a impaciência porque nossos vazios sempre vão estar cheios de esperanças.