Poemas modernos
Meus poemas são todos modernos
Andam comigo no avião, no metrô
Seguido meus passos, fraternos.
Entro com meus papéis ainda no mesmo bistrô.
Meus poemas estão no celular, no computador
Vagando pela nuvem perdidos na invisível internet.
Não deveria, mas é sempre perturbador
Quando o papel, ilustre desconhecido, vê um tablet.
Meus poemas são modernos, mas nada é novo,
Porque, no peito, mora a mesma dor que antes se fazia
No íntimo dos poetas que ora consumo, absorvo.
Aqueles do tempo em que o auge da ciência era a datilografia.