FRIA MUSA
Em sua natureza morta,
Sempre impassível, imóvel,
Nunca se move porque quer,
Só sob uma força externa qualquer!
Sempre fria, muda, impessoal,...
A pedra é assento para o bom e o mau;
A golpe de picareta divide-se em múltiplas facetas!
Sua sina quis pô-la “no meio do caminho” do Poeta
E para sempre “ferir suas retinas tão fatigadas”!
Estava escrito na sua sorte
Ser musa metafórica da vida e da morte!
Musa pedra real tu desconheces o Bem e o Mal,
Mas o Poeta Engenheiro garantiu aprendizado certeiro
Na “Educação pela pedra” se “... frequentá-la/
Captar sua inefática e impessoal voz /...”!
“Pedra de Roseta” possui nos hieróglifos os mistérios do Egito,
Os quais Champollion decifrou os seus mitos!
“Pedra de Hamurabi”: Olho por olho dente por dente!
Essa Lei hoje não mais cabe!
A “Pedra dos Dez mandamentos.”
Moises, o profeta, recebeu-os lá no Sinai.
Todos temos pedras no caminho,
São pedras duras, reias,
Aquelas que se alguém tropeçar
Faz estrago na cabeça do dedão,
Levando-nos a proferir mil ais;
Agora, as pedras dos poetas são de outra natureza:
São abstratas e quem nelas tropeça fere a alma, o coração;
Qual a pedra que feriu meu peito,
Deixando-me assim triste deste jeito!
Mais tristes são as pedras ao pé de uma cruz
Dizendo que ali jaz um irmão de Jesus.
A pedra que marcou uma nova Era
Foi quando o homem ainda quase fera
Transformou pedra em roda,
Daí em diante a pedra virou moda.