AOS POUCOS
Aos poucos,
pelos vãos
dos dedos,
pelos nãos
dos medos,
pelas mãos
dos ledos,
pelos sãos
dos credos;
perdemos um pouco
do tudo
que temos.
E nos escondemos
no sorriso mudo dos profetas,
na esquálida esperança
das garrafas vazias.
Porque perdemos tudo:
as praças, as taças
e os brinquedos;
assim,
pelos vãos dos dedos.