AOS POUCOS

Aos poucos,

pelos vãos

dos dedos,

pelos nãos

dos medos,

pelas mãos

dos ledos,

pelos sãos

dos credos;

perdemos um pouco

do tudo

que temos.

E nos escondemos

no sorriso mudo dos profetas,

na esquálida esperança

das garrafas vazias.

Porque perdemos tudo:

as praças, as taças

e os brinquedos;

assim,

pelos vãos dos dedos.

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 16/12/2012
Reeditado em 19/06/2013
Código do texto: T4038599
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.