FALE-ME

Só te peço um instante

o necessário... que te faça refletir

sobre teus dias, teus momentos

olha-me, fale-me

despejes os teus furacões

cheios de intensões

conturbadoras, sem ritmos alinhados

perdidos e assolados, devassados...

olhe-me, fale-me

dos teus sentimentos

oriundos e sem complementos

que borbulhas efervescentes

procurando uma causa,

procurando um culpado

uma transgressão, motivos

um grande pecado...

não há delitos

não há caminhos errôneos

não há suspeitos

só um largo caminho

incomum, insólito

onde tuas escolhas

alheadas e indiferentes,

ditam tuas infelicidades

teus aceites forasteiros

rebeldes, indômitos, selvagens

olhe-me, fale-me

tuas falácias baratas

sem perfis e sem graça

mostre-me o que te confundes

que te mata...

olhe-me, fale-me

mas seja você

pelo menos uma vez

deixe-me ver

como tu és

olhe-me fundo

aos meus olhos

fale-me com calma

fale-me sereno

sou teus ouvidos

fale-me...por favor, fale-me...

Romulo Marinho

Romulo Marinho
Enviado por Romulo Marinho em 15/12/2012
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